Quando Salomão morreu
Corpo deu à sepultura
Na caveira lhe nasceu
Uma árvore com grande altura
Quem é rico tem fartura
Não sou só eu que o digo
Vão as galinhas ao trigo
Quem paga são os pardais
Não há burro sem atafais
Nem há cavalos sem estribos
Na praça se vendem figos
Pra contentar os rapazes
No mar andam Alcatrazes
Também lá pescam gaivotas
Menina das pernas tortas
Todos lhe chamam caneja
Vão-se as sezões com desejos
As feridas com unguentos
Os moinhos andam com vento
Lá no ar tece a aranha
Esta cantiga é tamanha
Que não tem cabo nem fim
Um raminho de alecrim
Que se dá aos namorados
Se eles forem muito amigos
Por Deus serão ajudados
As armas são prós Soldados
E também para os caçadores
Menina se tem amores
Diligente há-de andar
Faz-se a Gaita é pra tocar
E o pente para a cabeça
Menina não endoideça
Que ainda pode ser feliz
Mas tem tamanho nariz
Que chega da testa ao seio
Toda a gente vê e diz
Que tem bem "palmo e meio"
Valha-me Deus com tal nariz
Criado com tal rigor
Já mo vieram gabar
Pra cajado de um Pastor
Se pra isso não prestar
Para a trave de um lagar
E pra isso não servir
Bigorna de Ferrador
Dito de memória, foi-me ensinada pela minha avó Joaquina.
domingo
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